quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ainda Orangotangos

Ultimo dia 25/11 (terça), assisti a estréia do Longa "Ainda Orangotangos" do diretor Gustavo Spolidoro, durante o Festival NOIA, que reune máterial de audio-visual universitário em Fortaleza-CE.
O filme se trata da adaptação do livro homônimo de Paulo Scott e mostra a rotina de alguns personagens na cidade de Porto Alegre.
Algo bastante interessante no filme é a forma como foi filmado, com uma camêra apenas e sem cortes. Todas as sequências seguem da mesma perspectiva, algo como se nós estivessemos acompanhando todo o decorrer como se estivessemos lá, olhando tudo que ocorre a nossa volta.
O nome é chamativo, artistico diria eu, nos faz refletir sobre nossa condição como seres "racionais" e "diferente dos demais".
A história começa em um trem, com um casal de japoneses, durante uma longa jornada acompanhando o trem movendo-se e os dois dormindo. Nos deparamos com a tragédia logo a inicio da obra, onde o homem japones se vê diante sua companheira morta, e entra em desespero, correndo por estabelecimentos comercias a procura de alguem que o entenda. Isto nos faz pensar sobre nossa capacidade de comunicação, de choque, onde ninguem consegue compreender o fato da dor de alguem, de um desconhecido. E assim o filme segue, mostrando fatos cômicos, desesperadores, de loucura, embriaguês (com perfume diga-se bem), e festas de debutante em uma humilde casa(a sequencia mais "louca" do filme) que fecha com chave de ouro toda a obra.
O filme é feito de forma totalmente independente e anti-comercial, sem cenas de explosão, ação etc.A estetica nas fontes nos remete aos filmes da primeira metade do século XX, e algumas batidas mas PUNK em certas cenas deixaram o filme com um ar bem "caracteristico. O audio deixa a desejar, como se espera de algo independente, algumas falas são incompreesiveis pela questão do audio, outra pelo uso bastante do NIHONGÔ (japonês), que o diretor deixa transparecer ser algum admirador da lingua do outro lado do mundo.
O filme nos remete a pensarmos se somos realmente diferentes daqueles intitulados nossos "primos", os macacos, ou melhor, nos faz pensar acerca de toda nossa condição como seres "pensantes", que usam da "razão", nos deixando na mesma condição de animais selvagens, que usam do instinto.`
É uma excelente obra de audio visual independente, longe da "patotada" intelectual incompreesivel. e que garante algumas poucas risadas tambem. Eu indico.

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