segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Felicidade

Se há algo que move as pessoas, creio eu que esta se chama felicidade, ou melhor, a busca pela felicidade. Vemos inumeras pessoas povoandos igrejas por um ideal de felicidade em comum, várias pessoas procurando a(s) filosofia(s) oriental(is) por terem um ideal de felicidade, pessoas matando outras pessoas por um ideal de felicidade.
Como tudo no capitalismo, a felicidade tambem é motivo para busca de mais-valia, de lucro. Sofremos no ultimo século, e ainda neste, o avanço das literaturas especificas em felicidade, em como conseguir felicidade. Trata-se da "auto-ajuda", quem nunca pegou um livro, ou ao menso viu em uma prateleira algo que "mostrasse o caminho para a felicidade", como "dez passos para alcançar o desejado", ou "seja rico em um mês", etc.
De fato, não há problema algum em se buscar felicidade, porém, devemos ter em mente o que é felicidade.
No capitalismo somos levados a crermos que felicidade se trata de coisas como, carros, casa própria, mobilia, TVs de plasma, dinheiro na poupança, dentre outros. Mas será que isso é felicidade, ou traz felicidade?
Acredito que não, como todo bom vendedor, os capitalistas necessitam vender seu produto, transformando assim a busca na felicidade, seu maior negócio.
Não há como alcançarmos felicidade, buscando-a em coisas vazias, transitórias. Não há gozo continuo em atividades passageiras, em atividads vãs. Aristoteles falou em uma coisa chamada "Eu Daimonia", a felicidade eterna, Aristoteles tinha como objetivo buscar a felicidade "eterna" em coisas "eternas", duradouras.
Não há felicidade vã em coisas eternas, nem "eu daimonia" em coisas vãs.
No Budismo costuma-se falar tb em felicidade, esta que seria alcançar o estado búdico (referente a estado de Buda),o Nirvana, só alcançada atravéz de atos de compaixão (estado de Boddhisatva) e da prática da "nobre senda octúpla".
Gautama Buddha em sua vida pregou algo que chamou de "As Quatro Nobres Verdades".
Ele disse que tudo na vida é sofrimento, é "Dukkha". O nascimento, a morte, a separação com que é amado, dentre outras, tudo são sofrimento (eis a primeira nobre verdade). Continua dizendo que a razão do sofrimento está nos desejos, na "Samudaya-Satya", ou melhor explicando, no apego aos desejos (eis a segunda nobre verdade). Gautama Buddha continua explicando que é possivel se livrar do sofrimento e alcançar o "Nirvana" - em tradução mais ou menos certo do sânscrito "sem grilhões"- (eis a terceira nobre verdade). e Por fim termina falando da "formula" para a extinção do sofrimento ou a "nobre senda octupla", que se trata de oitos caminhos que deve-se por em prática ao mesmo tempo, que são, basicamente, "Ponto de vista correto", "Pensamento correto", "Fala correta","Ação correta", "Meio de vida correta", "Esforço correto", "Atenção correta" e "Concentração correta" (para mais detalhes procure algum praticante monje ou leigo do budismo que poderá explicar mais a fundo).
Essa verdade deixada pelo budismo é muito interesante, pois trata-se de algo superior a busca pela vã felicidade oferecida pelo sistema de exploração e lucro capitalista. Faço uma analogia também do conceito de felicidade tratados pelos cristãos. No livro de Lucas há uma passagem onde os apostolos de Jesus (Yeshua) o perguntam acerca do reino de Deus(o "conceito de felicidade para os cristãos), e Ele responde que o reino não pode ser visto, não está nem aqui nem ali, mas sim "dentro de vós". Isso nos desperta para a verdade proferida por Jesus (Yeshua), e nos leva a criticar o pensamento moderno da igreja,sobretudo as de tradição protestante, que tentam passar a ideias aos fiéis que a felicidade oferecida por "Deus" está em coisas "urgentes" diferente do proferido por Jesus (Yeshua).

Por fim, devemos refltir se o que realmente queremos se trata de felicidade, "eu daimonia" ou de um simples gozo passageiro, onde quando acabamos de desfrutar logo sentimos necessidade de termos mais, nos predendo num ciclo de escravidão da vã felicidade nos apresentada.

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